Agora que você já sabe sobre a história do início dos movimentos sociais no nosso país, é hora de dar uma observada em que ponto as ONGs começaram a precisar de recursos vindos de pessoas físicas e em que momento a população começou a ajudar.
Saber desses detalhes ajuda com a sua empatia e entender melhor as situações pelas quais as organizações passam atualmente para conseguir angariar recursos e realizar seus trabalhos por um mundo melhor.
Se você se lembra das informações passadas naquele vídeo inserido na parte da história das ONGs, vai se lembrar que já abordamos esse assunto por aqui e já deve saber em qual momento as pessoas começaram a doar para os movimentos sociais. É interessante analisar que toda essa evolução e crescimento aconteceram devido à situações políticas, o que reforça ainda mais o fato de uma OSC ser criada a partir da necessidade de trabalhos que o governo deveria fazer, mas por algum motivo não o faz.
O início da captação
O ano é 1942. O Brasil passava por um momento de protestantismo de diversas crises sociais que aconteciam na época, unindo a anos difíceis e que estavam atrelados à mudança de governantes e uma busca desenfreada do governo pelo apoio político. Nessa época, diversos benefícios foram criados para a população, como as próprias leis trabalhistas, carteira de trabalho e sistemas de aprendizagem industrial, porém, infelizmente utilizadas apenas como fachada para diminuir a intensidade dos protestos populares.
O governo então decidiu abrir o que seria conhecido como LBA (Legião Brasileira de Assistência), que era comandada pelas primeiras damas e recebia auxílio do governo para ser utilizado em movimentos sociais. Acontece que a angariação de recursos vindas dos governantes não era tão efetiva, e pessoas físicas que se sensibilizavam pela situação dos setores fragilizados da população, começaram a realizar doações particulares.
Aí se iniciou a ideia de doações de indivíduos para projetos sociais, numa busca de suprir as necessidades encontradas e encontrar a empatia entre as pessoas para que o mundo pudesse se tornar mais igualitário.
A ditadura militar
O estopim aconteceu na ditadura militar, onde o governo e a população não tinham mais um vínculo direto e sofreram uma intervenção direta do militarismo em 1964, durando até 1988, quando a nova constituição brasileira foi assinada e se tornou oficial.
Devido a isso, as instituições sociais que recebiam apoio político na época foram extintas por falta de recursos, estando o estado reprimindo as organizações por não estarem sob seu controle, e isso os classificava como clandestinos ou grupos ilegais e anarquistas. O fato é que as ações não foram totalmente erradicadas, sobrando apenas as ações assistencialistas que estavam sob o apoio e responsabilidade do governo poderiam atuar, como Cobral, Mobal e INPS.
Acontece que a igreja também parou de receber o auxílio do governo, mas lutou contra essa situação e não parou de agir pela população. Isso fez com que as doações autônomas crescessem muito por influência da doutrina religiosa e preocupação social pelas causas existentes na época. A partir disso, muitas organizações começaram a nascer e agir escondidas do estado, até que em 1972 aconteceu o encontro reconhecido como AD HOC, onde nasceram as ONGs livres das influências da igreja ou do estado.
Retomada
Em 1988, a nova constituição passou a valer e criou a redemocratização em nosso país, o que garantiu a volta dos direitos sociais, bem como das organizações que lutam pelas causas que visam a melhoria da sociedade. O acesso à informação começou a crescer e o número de pessoas preocupadas com as questões sociais apenas se intensificava.
O compartilhamento de ideias e pensamentos se tornou mais constante e as pessoas passaram a agir junto com as organizações da forma que podiam para ajudar em suas causas sociais. Assim, muitos projetos começaram a ser criados com mais intensidade e as ONGs passaram a necessitar de mais auxílio para que sua força pudesse se tornar maior.
Assim, os movimentos de pedido de doação, campanhas de petições e voluntários para eventos surgiram e se intensificam a cada dia. isso só foi possível devido à criação do terceiro setor, que tornou as organizações legalizadas e possibilitadas de criar campanhas de petições, principalmente dado o aumento da exclusão social e desigualdade cada vez mais crítica.
